Um conhecido que está a fazer uma traduçào do Livro do Desassossego para uma das línguas da Índia recorre ao texto em inglês uma vez que desconhece o português. Certa ocasião, me perguntou qual das três traduções em inglês era a mais fiel a essa passagem um tanto quanto complicada. Aqui está:
Do meu quarto andar sobre o infinito, no plausível íntimo da tarde que acontece, à janela para o começo das estrelas, meus sonhos vão por acordo de ritmo com distância exposta para as viagens aos países incógnitos, ou supostos ou somente impossíveis.
Richard Zenith
From my fourth-floor room overlooking infinity, in the viable intimacy of the falling evening, at the window before the emerging stars, my dreams – in rhythmic accord with the visible distance – are of journeys to unknown, imagined, or simple impossible countries.
Margaret Jull Costa
In the plausible intimacy of approaching evening, as I stand waiting for the stars to begin at the window of this fourth floor room that looks out on the infinite, my dreams move to the rhythm required by long journeys to countries as yet unknown, or to countries that are simply hypothetical or impossible.
Alfred Mac Adam
From my fifth-floor overlooking the infinite, in the plausible intimacy of the afternoon now taking place, at the window facing the beginning of the stars, my dreams proceed in agreed-upon rhythm with distance exposed for voyages to unknown countries, or supposed countries, or merely impossible.
Disse-me também que por alguma razão preferia a tradução de Costa.